O seu portfólio é o item mais importante da sua estratégia de marketing enquanto freelancer. Seus clientes vão querer ver algo que demonstre a sua habilidade de entregar o serviço acordado. E essa função é cumprida pela sua coleção de melhores trabalhos realizados.
Tradicionalmente, profissionais da área de criação (fotógrafos, designers, desenhistas, publicitários) são os que mais investem em portfólios. Se esta é sua especialidade, você, provavelmente, já conta com um.
Mas, mesmo advogados podem ter um portfólio, usando recortes de jornais que comprovem as vitórias conquistadas para seus clientes. Entrevistas e artigos publicados em mídias tradicionais ou online que demonstrem seu conhecimento técnico, também podem ser incluídos, por exemplo.
Ou seja, não limite a sua imaginação, pensando que um portfólio sempre é uma reunião de fotos ou ilustrações. Qualquer tipo de imagem ou documento pode ser usado para criar o seu. O que determina o formato é onde você irá publicá-lo e o que o seu cliente quer ver.
O que incluir no seu portfólio de freelancer
Apenas as suas melhores peças devem ser incluídas em seu portfólio. É melhor ter apenas dois itens muito bons, que dezenas de itens mais ou menos.
O seu cliente pode decidir olhar seu portfólio antes qualquer contato com você, tornando essa a sua única oportunidade de causar uma boa impressão.
As peças que você vai apresentar podem ser encontradas em diversos lugares, por exemplo:
Trabalhos anteriores
Tente lembrar de trabalhos que você fez no passado, seja durante empregos ou estágios. Há algo que mereça destaque? Algo que ganhou um prêmio, uma menção honrosa, ou mesmo um comentário positivo de um chefe ou mentor? Talvez um estudo de caso que foi publicado em mídia especializada?
Qualquer trabalho do qual você se orgulhe e acredite que deu o melhor de si pode ser considerado. O importante é que ele reflita o seu nível de qualidade atual – por isso, deixe de lado peças que foram consideradas como boas no passado, mas que você sabe que hoje pode fazer melhor.
Mas, pode ser que você não se lembre de nada interessante. Ou que você não saiba se o que tem é bom o suficiente. Nesse caso, peça ajuda a um ex-chefe ou colega de trabalho. Eles podem ter uma memória melhor que a sua ou serem mais caridosos que você nesse julgamento.
Trabalhos a preço mais baixo
É verdade que há a possibilidade de você ainda não ter feito algo que valha a pena incluir em seu portfólio. Ou talvez você esteja mudando de área e não tem nada para apresentar.
Diante dessa situação, considere fazer alguns trabalhos por um preço mais em conta. Dessa forma, um número maior de empresas ou consumidores podem considerar a ideia de lhe dar uma chance, já que isso não implicará em um custo alto. Mas, procure não oferecer um preço muito baixo, pois muita gente acredita que barato é sinônimo de baixa qualidade.
Lembre que você quer ter peças que agreguem valor ao seu portfólio. Escolha os projetos e clientes que aceitará por preço menor com cuidado, para que o resultado não seja uma perda de tempo.
Trabalhos de graça
Outra opção é fazer alguns trabalhos de graça, seja para uma organização não governamental, para amigos, até para seus pais. Para qualquer um que você considere como justo trabalhar por um custo zero em troca de peças que vão facilitar a aquisição de clientes no futuro.
Isso lhe dará acesso mais rápido a peças para colocar em seu portfólio. E, possivelmente, você terá um maior controle do processo de produção e criação.
Mas, você deve estar achando isso estranho após eu ter dito acima que você não deve fazer nada por um preço muito baixo. Por que trabalhar de graça, então?
Bem, que fique claro: evite trabalhar de graça para clientes estrangeiros que sejam seu público-alvo, pois isso pode criar uma complicação depois. Será difícil explicar por que você não cobrou de A e agora quer cobrar de B. E o mundo é menor do que você pensa.
A sugestão aqui é que você faça isso para brasileiros (traduzindo a peça antes de colocar no portfólio). Ou para estrangeiros que não se encaixem no perfil do seu cliente ideal, como instituições de caridade (se estas não forem seu público, claro).
Você também pode fechar negócio gratuito com clientes de médio ou grande porte, desde que estes tenham marcas fortes no mercado. Essa opção é controversa (não cobrar de quem pode pagar?), mas o nome famoso no portfólio ajuda e muito. Fica a seu critério.
Trabalhos de escola
Já pensou em vasculhar os seus trabalhos de escola para ver se há algo interessante? Talvez você tenha feito algo que pode ser usado.
Por exemplo, você está oferecendo serviços de voice over e gravou uma radionovela no ensino médio. Ou como cinegrafista ou produtor de vídeo, e usou esse recurso audiovisual para ganhar nota.
Aqui estão incluídos cursos técnicos, faculdade, o que mais for. Mesmo aulas sem diploma podem ter gerado itens que você possa usar.
Crie para si mesmo
Outra possibilidade é você fazer o seu serviço para você mesmo. Web designers e developers podem criar o próprio site. Assistentes virtuais podem fazer planilhas de orçamento para a próxima festa de aniversário. Designers gráficos podem criar a própria logomarca.
O importante é que seja algo que você possa tornar público. E que você capriche bastante. Ainda que se diga que santo de casa não faz milagre, nenhum cliente vai confiar em você se você preparou algo ruim para si mesmo.
E, como você ainda não tem clientes, deve ter tempo de sobra para fazer algo de qualidade. Mas, se nada disso for possível, passe para o item seguinte.
Crie amostras
Como última opção, invente seu portfólio. Não, não estou dizendo para você mentir. Você não vai dizer que fez isso e aquilo para tal empresa sem ser verdade. Mas, você pode criar amostras do que você é capaz de fazer.
Finja que o cliente X solicitou um trabalho para você e crie o projeto. Você mesmo define o escopo do serviço. Depois, é só incluir o resultado em seu portfólio, deixando claro que se trata de uma amostra. Um ou dois exemplos de cada variedade de serviço já serão o suficiente.
Com todos os itens em mãos, é hora de selecionar e organizar. Lembre que é qualidade antes de quantidade. E sempre pense em como facilitar a vida de seu cliente. Organização é chave.