Após determinar qual serviço você irá oferecer e quanto ele irá custar para o seu cliente, o próximo passo é definir a forma de cobrança.
Cinco formas são comuns no mercado de freelancers: por unidade, por hora, por projeto, por mês e por comissão. Vamos discutir cada uma delas a seguir.
Cobrar por unidade
Muitos serviços podem ser cobrados por unidade: uma foto, uma tabela, uma entrevista, uma consulta.
Se você pensa que o seu serviço pode ser cobrado dessa forma, fique atento ao descritivo da unidade. Por exemplo, uma consulta de quantos minutos? Por chamada de voz custa o mesmo que chamada de vídeo? (Se achar isso estranho, pense que você aparece na chamada de vídeo, o que significa custo de roupa, maquiagem, de um local privado).
Redatores devem também pensar bem na hora de usar o conceito de unidade para cobrar por palavra. Você vai ver muitos anúncios pagando desse jeito, mas não é algo muito recomendável. Mesmo que você não faça isso de propósito, pode acabar escrevendo mais do que deve ou não caprichando na edição depois.
Uma opção para esse tipo de cobrança é criar blocos de preço. Até 1000 palavras, um preço. De 1000 a 2000 palavras, outro preço. E daí em diante. O mesmo pode ser feito para outras atividades. Trinta minutos de consultoria por chamada de voz, um preço. Trinta minutos de consultoria por chamada de vídeo, outro preço. Basta você pensar um pouco e ir criando as opções para apresentar aos clientes.
Cobrar por hora
Nas plataformas de trabalhos para freelancers, você vai encontrar vários anúncios de clientes que desejam pagar por hora. Esse é um conceito derivado dos primeiros trabalhadores de indústrias, e algo bastante comum em muitas empresas dos Estados Unidos e Europa ainda hoje em dia.
Porém, essa forma de cobrança costuma ser a mais difícil de negociar e administrar. Assim como no pagamento por unidade, você pode acabar trabalhando mais devagar, por mais honesto que você seja. Além disso, você pode acabar sendo visto como um empregado em vez de um empreendedor.
Por outro lado, você pode não ter opção, já que muitos clientes só querem contratar dessa forma, por fazer sentido dentro do orçamento dele. Pagar por hora também cria a ilusão de ser mais barato, já que não se vê a soma total do custo do trabalho antes dele estar pronto – mas, muitos clientes vão pré-determinar o número de horas que você deve trabalhar semanalmente.
E a verdade é que esta pode ser a melhor forma de cobrança se o escopo do trabalho varia muito, se há muitas revisões, ou se as instruções não são muito claras. Também é ideal se o trabalho envolve estar disponível mesmo que não haja nada para fazer, como atendimento ao consumidor e suporte técnico.
Apesar da maior parte do controle ficar nas mãos do cliente, você também pode (e deve) pré-definir em que horário e dias da semana estará à disposição, o que permite que você organize melhor o próprio tempo.
Cobrar por projeto
Receber por projeto costuma ser a melhor opção para freelancers. O seu cliente vai lhe contratar para um certo trabalho, você calcula o custo daquele trabalho e apresenta esse valor para o cliente.
Este tipo de acordo é mais fácil de negociar, já que você pode incluir ou excluir itens como quiser. O cliente sabe de antemão o quanto irá investir e o que irá receber em retorno.
Cobrar projeto também estimula você a trabalhar mais rápido e a pensar no próximo projeto que pode oferecer ao mesmo cliente. E, por fim, garante a você a flexibilidade de trabalhar da forma que quiser, pois ao cliente só interessa o resultado final.
A desvantagem principal de cobrar por projeto é que você pode acabar tendo que calcular preço a cada novo pedido. Por isso, procure ver as semelhanças entre os projetos para ter uma ideia de quanto cobrar e apenas fazer ajustes caso a caso.
Além disso, pode surgir em você uma tendência a arredondar o preço. Lembre-se, isso não é um pacote, nem um contrato de longo prazo, para os quais pode ser uma boa ideia dar um desconto por conta do volume.
Cobrar por mês
O sonho dourado de todo freelancer é ter clientes que lhe pagam por mês independente do uso de seus serviços. O chamado retainer garante dinheiro no bolso todo mês, esteja você trabalhando ou de férias, doente ou em plena saúde.
Porém, este tipo de contrato não é fácil de fechar, principalmente quando se tem pouca experiência ou não se tem um nome conhecido no mercado. Mas, ele costuma nascer naturalmente, após meses (ou anos) trabalhando para o mesmo cliente continuamente.
A cobrança mensal vem com um contrato assinado por ambas as partes, determinado os serviços cobertos e termos de confidencialidade, entre outras coisas. O seu cliente também pode pedir para incluir uma cláusula de exclusividade, sobre a qual você deve pensar muito bem para não virar empregado sem benefícios da empresa.
Mas, nem tudo são flores. O contrato mensal precisa ser bem discutido ou você pode se ver fazendo mais do que devia. Todas as atividades incluídas devem ser listadas, criando um formato “pacote de serviços.”
Saiba também que é difícil aumentar o valor mensal, principalmente se o seu cliente for europeu, o qual não está acostumado à inflação e outras altas de preço. Por isso, fique longe da tentação de cobrar um preço baixo, pois você pode acabar tendo que lidar com ele por muitos anos.
Cobrar por comissão
Talvez a sua área de trabalho envolva o pagamento por comissão, algo comum na área de publicidade, por exemplo. Porém, essa prática não é comum no mercado de freelancers internacionais. Geralmente, você é pago pelo serviço que realizou e, se houver comissão, essa é paga como bônus.
Mas, se fizer sentido para você receber dessa forma, ou se o cliente sugerir, entenda os riscos aos quais está se submetendo. O que é devido deve estar bem claro em contrato, principalmente como esse cálculo é feito. E entenda que se o cliente não pagar o que deve pode ser muito difícil cobrar, estando ele em outro país.
E qual a melhor forma de cobrar pelo serviço freelancer?
Como deu para perceber, não há uma melhor forma de cobrar pelo serviço freelancer. Isso depende do serviço que você oferece e daquilo que funciona melhor para você. Você também pode não ter alternativa, a depender do cliente.
Mas, mesmo que a oferta esteja pré-estabelecida, você pode tentar mudar os termos. Muitos clientes não sabem bem como freelancing funciona. Ou podem não ter certeza sobre como você realiza o seu serviço. Já conseguir mudar diversos contratos de por hora para por projeto apenas explicando as vantagens para o cliente.
